"Os negros estão cheios de afeto e paixão, são muito vivazes, conversadores e vaidosos. Eles podem ser educados, mas apenas como servos (escravos), ou seja, eles permitem ser treinados. Têm muitas forças motivadoras, são também sensíveis, têm medo de golpes e fazem muito pelo seu sentido de honra." (Kant)
Immanuel Kant e Georg Wilhelm Friedrich Hegel são dois dos maiores nomes na história da filosofia. Suas ideias influenciaram profundamente o pensamento ocidental, mas há um lado sombrio em seus legados que muitos preferem ignorar: suas visões racistas sobre os negros. Vamos explorar essa faceta controversa de suas filosofias e entender como elas ressoam em nossos tempos modernos.
Desvendando os Mitos: O Racismo de Kant e Hegel
Immanuel Kant: Da Moralidade à Superioridade Racial
Kant, conhecido por sua filosofia moral universalista, tinha um lado sombrio quando se tratava de raça. Ele justificava a suposta superioridade europeia em relação aos povos ditos "selvagens" através de uma visão eurocêntrica e racista. Ele acreditava que os europeus representavam o ápice da evolução humana, sendo considerados como os mais civilizados e avançados.
Kant propunha que os povos considerados "selvagens" deveriam ser moldados à imagem dos europeus, sendo obrigados, muitas vezes por meio da violência, a adotar os padrões europeus de civilização e modernidade. Essa visão eurocêntrica de Kant contribuiu para a justificação da dominação e exploração de outros povos, como os africanos, pelos países colonizadores da época, perpetuando assim a ideia de superioridade racial e cultural europeia
Georg Wilhelm Friedrich Hegel: Excluindo os Negros da História Universal
Hegel, por sua vez, desenvolveu uma filosofia da história que colocava os povos africanos fora da "história universal", descrevendo-os como selvagens incapazes de progresso sem a influência dos europeus. Suas ideias foram usadas para justificar o colonialismo e a exploração racial.
Nas suas Lições sobre a Filosofia da História, Hegel expressa uma visão eurocêntrica e profundamente problemática sobre a África. Ele retrata o continente como um lugar de barbárie e selvageria, onde os habitantes vivem sem qualquer contribuição para a civilização ou para a história. Para Hegel, os africanos são vistos como eternas crianças, envoltas na escuridão da noite, sem a luz da consciência histórica.
Essa visão desumanizante de Hegel sobre os africanos reflete preconceitos e estereótipos raciais enraizados na época em que ele viveu. Suas ideias foram usadas para justificar o colonialismo e a exploração do continente africano, promovendo a ideia de superioridade racial dos europeus sobre os povos africanos.
Embora hoje seja amplamente reconhecida como um preconceito datado e anacrônico, a influência da visão de Hegel sobre a África ainda pode ser percebida na prática filosófica contemporânea. A crítica à sua visão eurocêntrica e racista é fundamental para desafiar os padrões de pensamento que perpetuam o colonialismo intelectual e promover uma compreensão mais inclusiva e justa da história e da filosofia africanas.
Uma Reflexão Crítica: O Que Podemos Aprender
É importante reconhecer as limitações e preconceitos desses gigantes filosóficos. Suas visões racistas não apenas refletiam, mas também perpetuavam as estruturas de poder e dominação de suas épocas. Kant e Hegel nos ensinam que nenhum pensador está acima da crítica. É hora de desvendar os mitos e confrontar as verdades desconfortáveis para avançar em direção a um futuro mais justo e igualitário.
Fontes:
https://afrofeminas.com/2016/09/05/lo-normal-no-es-ser-blanco-sobre-kant-y-el-racismo-estructural/
https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/13_ricardojuozepaviciusgoncalves.pdf
https://iai.tv/articles/the-return-of-metaphysics-hegel-vs-kant-auid-2032
0 Comentários