Quais foram as tendências pedagógicas que influenciaram a educação brasileira? Abaixo vamos falar um pouco de cada uma delas. No geral, de acordo com os professores há duas correntes bem distintas dessas tendências: as liberais e as progressistas. As tendências liberais são divididas em, Tradicional, Renovadora Progressista, Renovadora não-diretiva e Tecnicista. As progressistas estão em três vertentes mais comuns: A Libertadora, Libertária e Crítico-social-dos-conteúdos.
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Pedagogia
Tradicional: O objetivo da escola era preparar os
alunos para ocupar papéis na sociedade, por meio do conteúdo adquirido em aulas
expositivas pelo professor que era a figura central na relação de ensino
aprendizagem. Os alunos eram considerados um “papel em branco” que deveria ser
preenchido com aulas, exercícios e memorização, de forma passiva sem crítica ao
conteúdo ensinado.
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Pedagogia
Renovadora: A pedagogia renovadora tem duas vertentes mais
comuns: A Renovadora Progressista e a Renovadora Não diretiva. As duas tem em
comum a busca pela formação de pessoas ativas na escola. O Professor não esta
no centro do processo de ensino, mas o aluno que deve buscar, descobrir com a
ajuda do professor que será um facilitador na construção do conhecimento.
Quadro síntese 2 - Pedagogia Renovadora (Idem, p. 07, 2007). |
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Pedagogia
Tecnicista: Neutralidade científica, racionalidade e
eficiência na educação. Essa tendência ficou conhecida pelo seu objetivo que
era preparar as pessoas para ser úteis na sociedade capitalista. O ensino
ganhou um aspecto mais técnico, para preparar pessoas produtivas. Telecurso,
microensino, módulos educacionais, são produtos consumidos nessa forma de
pensar a educação.
Quadro síntese 3 – Pedagogia Tecnicista (Idem, p.
09, 2007).
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Pedagogia
Progressistas: De acordo com Libâneo, essa tendência pode
ser dividida em três: Progressista Libertária, Progressista Libertadora e
Progressista Crítico-social-dos-conteúdos. Essa concepção é crítica, diferente
das pedagogias liberais. O questionamento das realidades sociais é o seu foco
principal. Política e pedagogia andam de mãos dadas.
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Progressista
Libertadora: A escola é o lugar não só onde se aprende,
mas deve se propor a discutir os problemas da comunidade. O professor irá coordenar
as atividades com os alunos em busca de uma transformação social. Esta
tendência esteve mais presente nas escolas públicas brasileiras.
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Progressista
Libertária: É ligada ao anarquismo. Busca a total
ausência de poder. Essa tendência promove a participação das pessoas em
movimentos sociais fora da escola, como sindicatos, associações de moradores,
etc. Os próprios alunos que propõem os trabalhos escolares.
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Progressiva
Crítico-social-dos-conteúdos: Essa tendência está em
oposição a Progressista Libertadora, pois em sua concepção a escola deve
assegurar o conhecimento sistematizado historicamente e ser utilizado como pano
de fundo para as transformações sociais.
Quadro síntese 5 - Progressista
Crítico-social-dos-conteúdos (Idem, p. 16, 2007).
Resumo
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Tendências Pedagógicas no Brasil
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De concepção liberal (não crítica)
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De
concepção Progressista (crítica)
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Pedagogia Tradicional
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Pedagogia Nova (Escolanovismo)
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Pedagogia
Tecnicista (Behaviorista)
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Libertária
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Libertadora
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Crítico-Social dos Conteúdos
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Renovadora Progressista
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Renovadora Não diretiva
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Escola
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Autoritária e hierarquizada. Deve
capacitar os indivíduos culturalmente para a sociedade.
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Adequar as necessidades do indivíduo
ao meio social em que está inserido, sua realidade social.
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Possibilitar aos indivíduos formação de atitudes
positivas. Valorização dos sentimentos, relacionamentos.
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Definir de forma eficiente o que é
necessário para se integrar no mercado de trabalho. Aperfeiçoar a sociedade.
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Educação popular, não formal.
Valoriza auto gestão, autonomia e não diretividade.
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É o instrumento de luta da população
pobre para transformar sua realidade social, política e econômica.
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É a mediação entre o individual e o
social.
Difusão dos conteúdos.
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Conteúdo
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Transmissão de conteúdos. Os alunos são assimiladores passivos das
informações.
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Ênfase na
criatividade e livre expressão do aluno. Foco no processo de aprendizagem.
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Foco
no processo de comunicação. A
transmissão de ensino é secundária.
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Estão
relacionados com o mundo do trabalho. Baseado no Taylorismo e fordismo.
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Estão a
disposição dos alunos mas não são exigidos.
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Baseados nos
Temas geradores, ou seja, são questões relacionadas ao cotidiano dos alunos.
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Confrontar os
conteúdos com as realidades sociais. A Assimilação é ativa pelo aluno.
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Métodos
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Aula expositiva, muitos exercícios
para memorizar as fórmulas e conceitos.
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Experimentação, trabalhos em grupos,
solução de problemas.
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Professor deve se empenhar para ser
um “facilitador”.
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Baseado na tecnologia educacional com
uso de procedimentos científicos.
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Auto gestão (grupos informais de discussão)
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Pelos grupos de discussão onde é
escolhido o que vai ser aprendido. A relação entre professor e aluno é
horizontal.
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Não basta que os conteúdos sejam bem
ensinados, eles precisam fazer a diferença na vida do aluno.
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Como aprender
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Aprendizagem
Receptiva. O professor no centro da relação ensino-aprendizagem.
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O aluno está
no centro do processo ensino-aprendizagem. Aprender é descobrir.
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Está
relacionado a motivação. O indivíduo precisa modificar suas percepções para
aprender.
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Aprender está
relacionado ao desempenho. Ensinar é condicionar o indivíduo para um
objetivo.
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Ensino
Informal. Paralelo ao ensino escolar. O Professor é um catalisador (relação
não diretiva)
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Nas situações
vividas que são incorporadas para serem usadas em outras situações.
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A partir da articulação
entre a transmissão de conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno,
resultando num saber criticamente reelaborado.
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Avaliação
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Provas oral ou escrita. Caráter
classificatório. Currículo Linear e progressivo.
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Valoriza as atitudes e a produção dos
alunos. Trabalhos em equipe, relatórios de pesquisa, auto-avaliação.
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Auto-avaliação
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Ênfase na produtividade do indivíduo,
utilizando-se testes objetivos e escritos.
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O conhecimento não é aquilo que se
aprende didaticamente, mas o vivido socialmente.
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É a prática que visa a emancipação a
partir da auto-gestão. Usa-se trabalhos escritos e auto avaliação.
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Pela Interação. Acontece de dentro
para fora. A partir do contato do sujeito com o objeto.
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Referências:
LIBÂNEO,
Democratização da escola pública. A
pedagogia critico-social-dos-conteúdos. Coleção educar. s/d
QUEIROZ,
Cecília Telma Alves Pontes de; MOITA, Filomena Maria Gonçalves da Silva
Cordeiro. Fundamentos sócio-filosóficos
da educação. Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
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