sobre teorias da aprendizagem - resumo para mestrandos



 B. F. Skinner:

Pioneiro do Behaviorismo: B. F. Skinner, psicólogo behaviorista norte-americano, foi um dos principais expoentes do behaviorismo, uma corrente que dominou a psicologia até os anos 1950. Ele enfatizou a importância de estudar o comportamento observável dos organismos em resposta aos estímulos externos.

Controle e Modelagem do Comportamento: Skinner acreditava que o comportamento humano poderia ser controlado e moldado através de um planejamento cuidadoso da educação. Ele propôs o conceito de "modelagem", onde os resultados desejados são alcançados passo a passo, através de estímulos e recompensas.

Ênfase na Observação Científica: O behaviorismo de Skinner restringia-se ao estudo do comportamento observável, descartando conceitos subjetivos como consciência, vontade e emoção. Ele defendia que apenas o que pode ser cientificamente observado e medido é passível de teorização e intervenção.

Educação como Agente de Mudança: Skinner via o processo de aprendizado como um meio de promover mudanças no comportamento humano e na cultura. Ele acreditava que uma ciência do comportamento humano poderia ser usada para planejar a educação de forma a influenciar positivamente a evolução da sociedade.

Legado Duradouro: A obra de Skinner continua influenciando diversas áreas, desde a psicologia até a educação e a gestão organizacional. Seu enfoque na observação rigorosa do comportamento e na aplicação de princípios científicos na modificação do comportamento deixou um legado duradouro no campo da psicologia e além dele.

 

 Lev Vygotsky:

Importância na Pedagogia Contemporânea: Lev Vygotsky, psicólogo bielo-russo, é reconhecido por sua obra que destaca o papel crucial da escola no desenvolvimento mental das crianças. Seus conceitos são amplamente estudados e debatidos na pedagogia contemporânea.

Foco nas Relações Sociais: Vygotsky enfatizava a importância das relações sociais no processo de desenvolvimento intelectual. Ele acreditava que a interação com os outros e com o ambiente social é fundamental para o aprendizado e a construção do conhecimento.

Socioconstrutivismo: Sua abordagem pedagógica, conhecida como socioconstrutivismo ou sociointeracionismo, ressalta a influência do meio social na formação do indivíduo. Ele argumentava que a cultura e as interações sociais moldam o pensamento e o comportamento das pessoas.

Legado Duradouro: Mesmo mais de 70 anos após sua morte, a obra de Vygotsky continua relevante e inspiradora para educadores em todo o mundo. Seus estudos sobre linguagem escrita e desenvolvimento intelectual ainda são referências importantes na área da educação.

Interseção com Outros Pensadores: Vygotsky influenciou significativamente outros educadores, como Emilia Ferreiro, cujo trabalho sobre alfabetização tem pontos de contato com os estudos de Vygotsky sobre linguagem escrita. Sua obra continua a inspirar debates e pesquisas no campo da pedagogia.  

  

Jean Piaget:

Revolucionando a Educação Infantil: Jean Piaget, cientista suíço, revolucionou a compreensão da educação de crianças ao demonstrar que elas não pensam como os adultos e constroem seu próprio aprendizado.

Origens na Biologia: Piaget, antes de ser um educador, era biólogo, e sua abordagem educacional baseava-se em uma observação científica rigorosa do processo de aquisição de conhecimento pelas crianças.

Epistemologia Genética: Piaget criou a epistemologia genética, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Ele estudou as concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade para entender como o pensamento infantil se desenvolve ao longo de quatro estágios até a adolescência.

Influência Duradoura: Piaget foi o nome mais influente no campo da educação na segunda metade do século 20 e suas teorias continuam a influenciar práticas educacionais em todo o mundo. Apesar de não ter desenvolvido um método de ensino específico, suas ideias moldaram profundamente a forma como os educadores compreendem o processo de aprendizagem das crianças.

Estágios do Desenvolvimento: Piaget identificou quatro estágios do desenvolvimento cognitivo infantil - sensoriomotor, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal - nos quais as crianças desenvolvem sua capacidade de raciocínio e compreensão do mundo ao seu redor.

3. 

  

Carl Rogers:

Terapia não-diretiva: Carl Rogers, psicólogo norte-americano, é conhecido como o fundador da terapia não-diretiva, centrada no cliente. Ele defendia que a responsabilidade pelo tratamento cabia ao cliente, enquanto o terapeuta atuava como facilitador do processo.

Aplicação na Educação: As ideias de Rogers para a educação foram uma extensão de sua abordagem terapêutica. Ele propunha que o papel do professor era facilitar o aprendizado do aluno, permitindo que este aprendesse no seu próprio ritmo e conforme seus interesses.

Abordagem Humanista: A abordagem de Rogers na psicologia foi considerada humanista, contrastando com a psicanálise de Freud e o behaviorismo de Skinner. Ele acreditava na tendência natural das pessoas em buscar a sanidade mental e desenvolver suas potencialidades.

Tendência à Atualização: Rogers destacava a tendência humana à atualização, ou seja, à busca pela autonomia e pelo desenvolvimento pessoal. Ele enfatizava a importância de remover obstáculos para que as pessoas pudessem progredir de forma construtiva.

Impacto na Sociedade: Rogers influenciou a forma como as pessoas entendem a formação pessoal e a busca pela harmonia consigo mesmas e com o ambiente social. Sua teoria ressalta a importância de criar um ambiente que promova o crescimento e o desenvolvimento das potencialidades individuais. 

  

David Kolb:

Especialista em Administração: David Kolb, da Case Western Reserve University, desenvolveu experiências de aprendizagem baseadas em modelo, enfocando a importância da experiência na aprendizagem.

Experiência como Aprendizagem: Ele define experiência como uma série de atividades que possibilitam a aprendizagem, destacando sua centralidade no processo educacional.

Estilos de Aprendizagem: Ele inclui o conceito de estilos de aprendizagem em seu modelo de aprendizagem experiencial, descrevendo-os como capacidades aprendidas resultantes de experiências de vida e do ambiente atual.

Dimensões da Aprendizagem: Ele identifica duas dimensões principais da aprendizagem: percepção e processamento. Ele destaca a importância de como as pessoas percebem e processam as informações para a aprendizagem.

Tipos de Percepção e Processamento: Ele identifica dois tipos opostos de percepção (experiência concreta vs. conceituação abstrata) e dois tipos de processamento (experimentação ativa vs. observação reflexiva), destacando as diferentes abordagens individuais para aprender com a experiência.

  

 Paulo Freire:

Pedagogia do Oprimido: Paulo Freire, renomado educador brasileiro (1921-1997), é reconhecido internacionalmente por sua pedagogia do oprimido, que tinha como objetivo principal conscientizar os alunos sobre sua realidade e capacitá-los a agir em prol da libertação.

Conscientização: Freire via a educação como um instrumento de conscientização, especialmente para as parcelas desfavorecidas da sociedade. Ele acreditava que a escola deveria ensinar os alunos a "ler o mundo" para que pudessem transformá-lo.

Crítica à Educação Tradicional: Freire criticava o modelo de educação tradicional, que ele chamava de "educação bancária", onde o professor apenas deposita conhecimento nos alunos passivos. Ele considerava esse modelo alienante e inibidor da criatividade e da curiosidade dos estudantes.

Despertar da Consciência: Freire propunha uma prática educativa que desenvolvesse a criticidade dos alunos, buscando inquietá-los e levá-los a questionar o status quo. Ele defendia uma educação libertadora, que não apenas acomodasse os alunos ao mundo existente, mas os incentivasse a transformá-lo.

Legado Duradouro: A obra de Paulo Freire continua influenciando a educação em todo o mundo, inspirando educadores a adotar abordagens mais críticas, participativas e transformadoras. Seus conceitos sobre educação para a conscientização e sua crítica à educação tradicional permanecem relevantes até hoje.

  

 Robert Mills Gagné:

Biografia e Carreira:

Nasceu em 1916, em Andover Norte, Massachusetts, EUA.

Obteve seu PhD em Psicologia em 1940.

Lecionou na Universidade de Connecticut para mulheres de 1940 a 1949.

Foi diretor de pesquisa no Laboratório de Formação Aérea dos EUA e consultor do Departamento de Defesa.

Principais Contribuições:

Publicou o artigo "Treinamento Militar e Princípios de Aprendizagem" em 1962.

Em 1968, publicou "Hierarquias da Aprendizagem" e expandiu seu trabalho quatro anos depois, identificando categorias adicionais.

Teoria da Aprendizagem:

A aprendizagem varia conforme a capacidade de cada indivíduo.

Para ocorrer, o aluno precisa de interesse, motivação e desejo de realizar a tarefa.

Defendia respeitar as diferenças individuais e as habilidades específicas, com avaliações constantes.

Currículo e Organização da Aprendizagem:

Propunha que o currículo fosse composto por sequências de unidades organizadas.

A aprendizagem de uma unidade poderia ser concebida como um ato simples, desde que as capacidades descritas por unidades específicas previamente aprendidas fossem desenvolvidas.

Abordagem da Aprendizagem:

Compartilhava da abordagem de Skinner, enfatizando a aprendizagem superficial para atender às demandas do cotidiano.

Acreditava que a escola perdia qualidade ao não avançar para novos conceitos.

Avaliação da Aprendizagem:

Defendia uma avaliação não comparativa, que só seria válida se resultasse em mudanças de comportamento desejadas.

A avaliação deveria desafiar o aluno, não necessariamente através de avaliações escritas, mas sim desafiadoras.

7.    

    Étienne Charles Wenger:

Biografia e Formação Acadêmica:

Nasceu em 1952 na Suíça, no cantão de Neuchâtel.Obteve um Bacharelado em Ciência da Computação pela Universidade de Genebra, Suíça, em 1982. Prosseguiu seus estudos na Universidade da Califórnia, Irvine, nos Estados Unidos, onde obteve um Mestrado em Informação e Ciência da Computação em 1984 e um PhD na mesma área em 1990.

Contribuições e Áreas de Atuação:

Conhecido por sua formulação, juntamente com Jean Lave, da teoria da cognição situada e seu trabalho em comunidades de prática. Defende que a aprendizagem é um processo social intrínseco e inseparável do contexto em que ocorre. Desenvolveu o conceito de comunidades de prática e aplicou-o à educação, especialmente na integração dos aspectos tecnológicos e sociais das comunidades.

Publicações e Atividades:

Autor de cinco livros e frequentemente convidado para palestras e oficinas centradas em suas descobertas. Iniciador da prática de pesquisa que une aprendizado aos aspectos tecnológicos e sociais das comunidades.

Pesquisa Atual:

Atualmente, está trabalhando no projeto "Aprender para um planeta pequeno", focado em como os alunos aprendem no século 21 e como a integração da tecnologia afeta a educação. Enfatiza a importância dos diversos domínios de aprendizagem (educação, negócios e cívica) e como a síntese deles facilita a aprendizagem eficaz. Estuda a identidade do aprendiz e como a participação em diversos grupos contribui para uma identidade completa e uma aprendizagem bem-sucedida.

 

Jean Lave:

Formação Acadêmica e Carreira:

Jean Lave é uma antropóloga social conhecida por sua teoria sobre aprendizagem como mudança na participação, desafiando teorias convencionais de aprendizagem e educação. Obteve seu PhD em Antropologia Social pela Universidade de Harvard em 1968. Atualmente, é professora emérita de Geografia na Universidade da Califórnia, Berkeley.

Contribuições e Teorias:

Seus estudos sobre aprendizado são reconhecidos como uma crítica significativa à psicologia educacional. Pioneira na teoria de aprendizagem situada e comunidades de prática, em colaboração com seu aluno Étienne Wenger.

Pesquisa Marcante:

Em 1988, Lave e seus alunos conduziram um estudo que mostrou que os clientes de supermercados em Orange County, Califórnia, que realizavam com sucesso operações matemáticas necessárias para comparar compras, apresentavam menos habilidade para fazer o mesmo em um teste formal. Isso destacou a influência do contexto na realização de tarefas cotidianas em comparação com situações de teste formal.

   

Herbert Marshall McLuhan:

Biografia e Educação:

Nasceu em 21 de julho de 1911, em Edmonton, Canadá. Obteve seu mestrado em Literatura Inglesa pela Universidade de Manitoba aos 23 anos e doutorado em Filosofia na Universidade de Cambridge em 1942.

Carreira Acadêmica:

Começou a lecionar na Universidade de Wisconsin em 1936, onde sua experiência como professor o levou a investigar a análise midiática.

Principais Obras:

"Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem" (1964) é sua obra mais reconhecida, explorando os efeitos da mídia na sociedade e cultura, considerando a mídia como extensões tecnológicas do corpo. "O Meio é a Mensagem" (1967), escrito com Quentin Fiore, popularizou o conceito de "aldeia global".

Reconhecimento e Falecimento:

Suas obras foram traduzidas para mais de vinte idiomas, proporcionando-lhe fama e oportunidades para palestras e aparições na televisão. Recebeu prêmios honoris causa de várias universidades. Faleceu em 31 de dezembro de 1980, em Toronto, enquanto dormia.

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Howard Gardner:

Biografia e Educação:

Howard Gardner nasceu em 11 de julho de 1943, em Scranton, Pensilvânia, EUA. Obteve seu doutorado em Psicologia pela Universidade de Harvard em 1971.

Contribuições e Teorias:

É conhecido por sua teoria das inteligências múltiplas, proposta em 1983, que sugere a existência de várias formas de inteligência além do tradicional QI. Identificou inicialmente sete inteligências: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Posteriormente, adicionou a inteligência naturalista e a existencialista.

Carreira Acadêmica:

É professor de Educação e Cognição na Universidade Harvard, onde também atua como co-diretor do Projeto Zero, um grupo de pesquisa focado em educação e aprendizagem. Fundou o Instituto de Tecnologia e Aprendizagem da Harvard Graduate School of Education.

Impacto e Reconhecimento:

Suas ideias sobre inteligências múltiplas influenciaram significativamente a educação, provocando mudanças na abordagem pedagógica e na avaliação do aprendizado. Recebeu diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha Nacional de Ciências, a maior honraria científica concedida pelo governo dos Estados Unidos.

Obras Principais:

Entre suas obras mais importantes estão "Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences" (1983) e "Intelligence Reframed: Multiple Intelligences for the 21st Century" (1999). 



 

Malcolm Knowles:

Teoria da Andragogia:

Knowles desenvolveu a teoria da andragogia, focada no aprendizado de adultos. Destaca que os adultos são auto-direcionados e assumem responsabilidade por suas decisões, o que deve ser considerado nos programas de educação para adultos.

Princípios da Andragogia:

Adultos precisam entender por que estão aprendendo algo.

A aprendizagem dos adultos é mais eficaz quando é experiencial e orientada para a resolução de problemas. Os adultos preferem aprender sobre assuntos que têm relevância imediata para suas vidas ou trabalhos. A instrução para adultos deve ser centrada no processo e não apenas no conteúdo, usando estratégias como estudos de casos e simulações.

Aplicação Prática:

Andragogia se aplica a qualquer forma de aprendizagem de adultos e é amplamente usada no design de programas de treinamento organizacional, especialmente para desenvolvimento de habilidades gerenciais. Knowles fornece exemplos de aplicação dos princípios da andragogia, como o design de programas de treinamento em computadores pessoais.

Princípios Centrais:

Adultos devem participar do planejamento e avaliação de sua própria instrução.A experiência, incluindo erros, é fundamental para a aprendizagem dos adultos. A educação de adultos deve ser centrada nos problemas e nas necessidades do aluno, em vez de focar apenas no conteúdo.

 

 

George Siemens e Stephen Downes:

George Siemens é um educador e pesquisador reconhecido nas áreas de aprendizagem, redes, análise de dados, e tecnologias emergentes. Ele é considerado um dos pais do Conectivismo, uma teoria que integra princípios de caos, redes, complexidade e auto-organização. Siemens enfatiza que a aprendizagem dos adultos ocorre em ambientes nebulosos e em constante mudança, onde os elementos centrais estão fora de controle direto das pessoas. 

Ele destaca a importância das conexões na aprendizagem, argumentando que as informações especializadas e as conexões que nos capacitam a aprender mais são mais importantes do que o conhecimento atual. Siemens defende que a tomada de decisões é um processo de aprendizagem contínua, onde é essencial saber discernir entre informações relevantes e irrelevantes, e reconhecer quando novas informações alteram a paisagem do conhecimento.

Princípios do Conectivismo:

A aprendizagem e o conhecimento baseiam-se na diversidade de opiniões, um processo de conectar nós especializados ou fontes de informação que residir em dispositivos não humanos. A capacidade de saber mais é mais crítica do que aquilo que é conhecido atualmente.É necessário cultivar e manter conexões para facilitar a aprendizagem contínua.

A habilidade de enxergar conexões entre áreas, ideias e conceitos é fundamental. A atualização do conhecimento é essencial em todas as atividades de aprendizagem conectivista. A tomada de decisão é um processo de aprendizagem por si só.

Stephen Downes

É um pesquisador sênior no National Research Council no Canadá, especializado em aprendizagem online, novas mídias, pedagogia e filosofia. Ele colaborou com Siemens no desenvolvimento do Conectivismo. O Conectivismo reconhece que o ponto de partida é o indivíduo, e destaca a importância do conhecimento pessoal que é alimentado por redes, organizações e instituições, criando um ciclo de desenvolvimento contínuo do conhecimento. 

O fluxo de informação dentro de uma organização é comparado a um rio que serpenteia através da ecologia da organização, e sua efetividade é crucial para a saúde da organização como um todo. O Conectivismo aborda os desafios do conhecimento e da transferência organizacional, reconhecendo a importância das redes sociais na compreensão dos modelos de aprendizagem na era digital.

Fontes:

https://edisciplinas.usp.br/mod/book/view.php?id=2602390&chapterid=22032

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1800346/mod_resource/content/1/Teorias%20da%20Aprendizagem%20II.pdf







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