A tortura na Santa Inquisição




“Os homens jamais praticam o mal tão completa e alegremente como quando o fazem por convicção religiosa.” (Blaise Pascal, filósofo do século XVII) 

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Em 15 de maio de 1252 o Papa Inocêncio IV sancionou o uso da tortura como método de obtenção da confissão de suspeitos de heresia através da bula Ad Extirpanda. Regulamentos adicionais sobre o modo de utilizar a tortura foram promulgados pelos Papas Alexandre IV, Urbano IV e Clemente IV. A aplicação da tortura nem sempre era utilizada nos tribunais de Inquisição, dependia da atuação dos inquisidores em cada cidade.


O que é tortura? Segundo a Enciclopédia Católica Popular: "Aplicação de violência física ou psicológica por maldade, castigo de crimes ou para obter informações. Foi corrente no passado, mesmo na Igreja (Inqui­si­ção)."

O que foi a Inquisição?

 A inquisição começou a tomar forma definida quando, em 1232, o Papa Gregório IX designou juízes permanentes, que vieram a ser conhecidos mais tarde como “inquisidores”. Todos que viviam nas chamadas terras “cristãs” deviam ser coagidos à lealdade à única Igreja. Não se devia permitir nenhuma discordância, nenhum exercício de seu próprio critério, nenhuma interrogação das doutrinas da Igreja. (Revista Despertai! 22 de julho 1971  p. 20)

Tribunal eclesiástico para averiguar e julgar os acusados de heresia. A sua institui­ção jurídica data de 1231 (Inquisição Medieval), para disciplinar as frequentes práticas perse­cutó­rias da parte do povo e dos príncipes, muitas vezes sob a forma de lincha­men­tos. Em geral, a I. quando condenava um hereje entregava-o ao braço se­cular, para lhe aplicar o castigo previsto nas respectivas leis e costumes, incluin­do a morte na fogueira. (...)
Nos sécs. XV-XVI, a I. foi reorganizada para enfren­tar a heresia protestante, em geral, a pedido dos príncipes católicos. Em Espanha foi autorizada em 1478, em moldes que a fazia depender muito do poder civil. Em Portugal teve actua­ção moderada desde o séc. XIV, mas só se tornou particularmente rigorosa com D. Manuel I e D. João III, pelas medidas discriminatórias contra judeus e cristãos-novos. A I. é inconcebível para a actual mentalidade, mas a sua correcta apreciação deve ter em conta os tempos em que vigorou, em que a heresia era sentida como perigo grave para a uni­dade da Igreja e do Estado, e em que as penas aplicadas eram comuns no direito corrente dos povos.
Já a The Catholic Encyclopedia cita que "During the first three decades of the thirteenth century the Inquisition, as the institution, did not exist. (Durante as primeiras três décadas do século XIII, A inquisição, como instituição, não existia), ou seja, na prática ela já era utilizada. A Igreja transfere a culpa da tortura para o Estado (Autoridade Secular).



Pessoas que foram condenadas pela inquisição:


Miguel Servet (1511-1553): Aos 20 anos, Servet publicou o livro Os Erros da Trindade, obra que o transformou em um dos principais alvos da Inquisição. Foi queimado vivo na estaca em 27 de outubro de 1553, em Genebra, Suíça.


Pietro Carnesecch (1508-1567): Nasceu em Florença, era filho de um rico comerciante que tinha relação com a poderosa família Medici. Foi designado primeiro secretário do Papa Clemente VII. Com a morte do Papa conheceu e compartilhava ideias com nobres e clérigos envolvidos na Reforma Protestante. Foi preso, torturado, deixado sem alimento, foi levado a julgamento três vezes. Condenado à morte, foi decapitado e seu corpo, queimado.

Pomponio Algieri (1531-1556):Enquanto estudava na Universidade de Pádua, Algieri entrou em contato com professores e estudantes de várias partes da Europa, e assim ficou sabendo dos chamados hereges e das doutrinas da Reforma Protestante. Ele começou a acreditar que somente a Bíblia é inspirada, assim, rejeitou várias doutrinas católicas, como a confissão, a confirmação, o purgatório, a transubstanciação e a intercessão dos “santos”, bem como o ensino de que o papa é o vigário de Cristo. Algieri foi preso e julgado pela Inquisição em Pádua. 

Ele disse aos inquisidores: “Volto para a prisão de bom grado, talvez até para aguardar a morte, se essa for a vontade de Deus. Por meio de seu esplendor, Deus dará a cada um mais esclarecimento. Suportarei todo tormento com alegria porque Cristo, o Consolador perfeito das almas aflitas, que é minha fonte de iluminação e de verdadeira luz, pode banir toda escuridão.” Posteriormente, a Inquisição Romana o extraditou e condenou-o à morte.


Algieri tinha 25 anos quando morreu. No dia em que foi morto, em Roma, ele se recusou a confessar-se ou a receber a comunhão. O instrumento de sua execução foi ainda mais cruel do que o costumeiro. Ele não foi queimado na estaca. Em vez disso, um caldeirão enorme cheio de materiais inflamáveis (óleo, piche e resina) foi colocado no cadafalso à vista de todos. Amarrado, o rapaz foi abaixado nele. Atearam fogo no conteúdo e o jovem foi lentamente queimado vivo.

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Fontes:



http://en.wikipedia.org/wiki/Pietro_Carnesecchi

http://www.eresie.it/it/Carnesecchi.htm

http://it.wikipedia.org/wiki/Pomponio_Algieri

Revista Despertai! edição de maio de 2006 p. 18 Miguel Servet — sozinho na busca pela verdade

Revista Despertai! 08 de maio de 1997 p. 20 Julgamento e execução de “hereges”




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