Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial

Fichamento de resumo do conteúdo: A problemática do tempo e trabalho




THOMPSON, Edward  P. Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial. In: __________. Costumes em comum. São Paulo: Cia das Letras, 1998.


I

- Entre os anos 1300 e 1650 aconteceram mudanças na percepção de tempo.
- Com algumas citações percebe-se a perda da noção de tempo pautada na religião.
- Problemas levantados:
 Até que ponto, e de que maneira, a mudança de senso de tempo afetou a disciplina de trabalho, e até que ponto influenciou a percepção interna de tempo dos trabalhadores?


II

- Entre os primitivos a lógica do tempo liga-se ao ciclo de trabalho ou a sucessão de tarefas domésticas. (Hora de pescar, hora de plantar, hora dos bois irem ao pasto, etc)
- Exemplos ingleses: pater noster wyle (A duração do pai-nosso); pissing while ( o tempo de uma mijada)
- As diferentes notações de tempo nas comunidades enfatiza as diferentes noções de trabalho (orientação pelas tarefas) e sua relação com a natureza.
- três questões sobre a orientação pelas tarefas. 1º, há a interpretação de que é mais humano do que trabalhar por hora marcada. 2°, nessas comunidades parece haver pouca separação entre o"trabalho" e a "vida". Há uma mistura. 3° para aqueles que trabalham por hora marcada, essa atitude para com o trabalho parece perdulária e carente de urgência.
- A economia familiar pode ser orientada pelas tarefas e também haver divisão do trabalho dentro, e, consequentemente uma relação empregador-empregado (pai e filhos).
- O tempo está começando a se transformar em dinheiro
- Assim que se contrata mão-de-obra real, é visível a transformação da orientação pelas tarefas no trabalho de horário marcado.
- 'dias de trabalho' >> distinção entre o tempo do empregador e o seu próprio tempo.
- O empregador deve usar o tempo de sua mão-de-obra e cuidar para que não seja desperdiçado.
- O que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro.
- O tempo agora é moeda: ninguém passa o tempo, e sim gasta.




III


- Não é absolutamente claro até que ponto se podia dispor de hora precisa, marcada pelo relógio, na época da Revolução Industrial. 
- Do século XIV em diante, construíram-se relógios de igreja e relógios públicos nas cidades e nas grandes cidades mercados.
- toques de recolher
- progresso na exatidão dos relógios.
- difusão do relógio portátil
- A difusão da cultura do relógio (talvez) pertencia a alta classe (gentry)
- Ideia de precisão do tempo
- Um relógio não era apenas útil; conferia prestígio ao seu dono, e um homem podia se dispor a fazer economia para comprar um.
- Sempre que um grupo de trabalhadores entravam numa fase de melhoria do padrão de vida, a aquisição de relógios era uma das primeiras mudanças notadas pelos observadores.



IV


- A problemática da tarefa e o empecilho do ócio.
- Quando examinamos cada tarefa mais detalhadamente, ficamos surpresos com a multiplicidade de tarefas subsidiárias que o trabalhador ou grupo de família devia realizar numa única choupana ou oficina.
- Percebe-se uma irregularidade característica dos padrões de trabalho antes da introdução da indústria em grande escala movida a máquinas.
- O padrão de trabalho sempre alternava momentos de atividade intensa e de ociosidade quando os homens detinham o controle de sua vida produtiva.
- ociosidade na segunda-feira
- Pode-se notar que a irregularidade do dia e da semana de trabalho estava estruturada, até as primeiras décadas do século XIX, no âmbito da irregularidade mais abrangente do ano de trabalho, pontuado pelos seus feriados e feiras tradicionais.
- o trabalhador rural não tinha Santa Segunda-feira.
- Na zona rural havia uma maior preocupação com a administração eficiente do tempo da força eficiente de trabalho.
- Com o aumento da produção, mais disciplina do trabalho.
- Empreendedorismo com o uso do tempo.


V


- Sociedade "Pré-industrial"
- transição para o capitalismo industrial.
- surgimento de uma cultura popular vigorosa e reconhecida.
- Criação de códigos e normas, supervisão para promover a diligência no trabalho.
- Regulamentos cada vez mais rigorosos.
- Uso econômico do tempo.
-Hábito de levantar cedo
- Escolas de caridade: Objetivo: acostumar as crianças a disciplina. Ex: Regularidade, pontualidade e frugalidade.
- Professores eram multados por impontualidade.
- Operários não tinham noção do tempo do relógio, pois não o tinham. Se baseavam pelos relógios das fábricas.
- Os relógios nas fábricas eram frequentemente adiantados de manhã e atrasados à noite.
- A primeira geração de trabalhadores nas fábricas aprendeu com seus mestres a importância do tempo
- A segunda geração formou os seus comitês em prol de menos tempo de trabalho no movimento pela jornada de trabalho de dez horas
- a terceira geração fez greves pelas horas extras ou pelo pagamento de um percentual adicional pelas horas trabalhadas fora do expediente.



VI


- O que dizer sobre a internalização dessa nova disciplina.
- Administração zelosa do tempo era defendida por patrões e pela ética protestante.




VII


- Pela divisão do trabalho, supervisão do trabalho, multas sinos e relógios, incentivos em dinheiro, pregações e ensino, supressão das feiras e dos esportes - formaram-se novos hábitos de trabalho e impôs-se uma nova disciplina do tempo.
- As sociedades industriais maduras de todos os tipos são marcadas pela administração do tempo e por uma demarcação entre o"trabalho" e a "vida".









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