As Línguas de Sinais no Brasil
No Brasil, a diversidade linguística é vasta, e isso inclui as línguas de sinais usadas por comunidades surdas. Além da Língua Brasileira de Sinais (Libras), reconhecida oficialmente pela Lei nº 10.436/2002, há outras línguas de sinais encontradas em comunidades indígenas e isoladas. Este artigo explora as principais línguas de sinais existentes no Brasil, suas origens e características.
Libras: A Língua Brasileira de Sinais
A Libras ou LSB como é conhecida fora do país é a principal língua de sinais usada pela comunidade surda brasileira e é amplamente disseminada em todo o território nacional. Ela possui uma estrutura própria, independente da língua portuguesa, sendo uma língua visual-gestual. Desde sua oficialização, tem sido utilizada em contextos educacionais e sociais, promovendo inclusão.
Outras Línguas de Sinais no Brasil - Línguas indígenas de Sinais (LIS)
Pesquisas apontam que existem pelo menos 21 línguas de sinais diferentes no Brasil, incluindo aquelas utilizadas por comunidades indígenas e rurais. Essas línguas são classificadas como autóctones (originárias) ou nativas (desenvolvidas em comunidades isoladas). Exemplos incluem:
Língua de Sinais Urubu-Kaapor: Utilizada pelos índios Urubu-Kaapor no Maranhão.
Língua de Sinais Ka'apor: Presente em aldeias no Pará.
LIBRALSU: Uma mistura entre Libras e a Língua de Sinais Uruguaia (LSU), usada na fronteira entre Brasil e Uruguai.
Influências e Contatos Linguísticos
O contato entre línguas de sinais diferentes ocorre em eventos internacionais e regiões fronteiriças. Por exemplo, a Libras sofre influência da Língua de Sinais Americana (ASL) e da Língua de Sinais Francesa (LSF), especialmente em termos lexicais. Além disso, gestos culturais comuns nas comunidades ouvintes também impactam o desenvolvimento das línguas sinalizadas.
Tabela Comparativa das Línguas de Sinais no Brasil
Desafios e Perspectivas
Embora a Libras seja amplamente estudada, as outras línguas de sinais ainda carecem de pesquisas detalhadas. A falta de documentação dificulta o entendimento sobre sua origem e evolução. Investir em estudos diacrônicos e promover políticas linguísticas inclusivas são passos essenciais para preservar essa riqueza cultural.
As línguas de sinais encontradas no Brasil refletem a diversidade sociocultural do país e desempenham um papel crucial na identidade das comunidades surdas. Compreender essas línguas é fundamental para valorizar o patrimônio linguístico nacional.
Referências
MACHADO, Rodrigo Nogueira. O processo de empréstimos lingüísticos na libras : modalidades e categorização. Tese (doutorado em Linguística e Literatura : Linguística) – Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Letras. Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura. Maceio, 2022.
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